quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A transformação de Braga

Diz-se que Braga é uma cidade esbelta, turística e acolhedora, apresentando como ex-libris o Santuário do Bom Jesus, local de extrema paz e tranquilidade e possuidor de paisagens absolutamente arrebatadoras.

Já me desloquei várias vezes a Braga mas sou incapaz de aferir a veracidade de tal afirmação. O meu destino foi sempre o mesmo, o velhinho Estádio Municipal Primeiro de Maio, para acompanhar o nosso Benfica. Eram sempre jogos muito disputados, de grandes dificuldades para o Glorioso e em que os jogadores do Braga, lealmente, vendiam cara a derrota. Mas o que mais me impressionava e satisfazia nesses jogos era observar, muitas vezes sentado entre sócios do Braga com o cachecol benfiquista enrolado no pescoço, esse estranho fenómeno que consistia em adeptos do clube adversário festejarem os golos do meu clube.



Já lá vão cerca de dez anos desde a última vez que fui a Braga e cada vez me sinto mais longe de lá voltar. Comparada com os acontecimentos dos últimos jogos na "Pedreira", a descrição do parágrafo anterior parece pertencer a uma qualquer realidade paralela que nada tem que ver com a dos dias de hoje.

Nos últimos anos tenho assistido a um desfilar de situações ocorridas nessa cidade (outrora bastião encarnado do norte do país) que em nada dignificam o fenómeno desportivo que é o futebol: agressões a amigos benfiquistas por superdragões(!), agressões aos que defendem o nosso símbolo com galhardia dentro do campo e acabam injustificadamente expulsos no túnel, agressões aos que tentaram festejar na rua o mais brilhante título nacional dos últimos 16 anos, a criação de um clima de terror à moda do dragay com o arremesso das já célebres bolas de golfe, arbitragens vergonhosas sempre em claro prejuízo do Sport Lisboa e Benfica, culminando tudo isto com uma das mais estapafúrdias semanas da história do futebol português, em que perderam toda o decoro e resolveram apagar as luzes para nos quebrarem o ritmo de jogo, acusaram um dos mais bravos jogadores a envergar o Manto Sagrado de racismo e obrigaram uma criança numa escola pública a despir a camisola do Benfica porque iam receber a solene visita desse grande vulto do futebol português e brasileiro que dá pelo nome de Mossoró.

E perante tudo isto, não posso deixar de demonstrar o meu desagrado quando observo Luís Filipe Vieira comodamente sentado entre o Fernando "ex-corrupto-dissimulado" Gomes e o António "futuro presidente dos porcos" Salvador, impávido e sereno como se nada disto fosse real. Para quando uma tomada de posição forte em relação ao braguinha? Para quando o terminar do "apoio incondicional" a candidaturas de gente corrupta? Será que a capacidade de luta do LFV se esgotou com o desenlace do Apito Dourado e decidiu seguir o lema "se não podes vencê-los, junta-te a eles"?

Apesar de tudo, saímos vivos de Braga, conseguimos um ponto onde nas duas épocas anteriores tínhamos perdido (à semelhança do alcançado há mês e meio no estádio do ladrão) e continuamos invictos em todas as provas. É preciso saber capitalizar estes empates nas deslocações aos antros da corrupção com vitórias no Inferno da Luz frente aos adversários directos (e aos outros, obviamente) e os próximos são os verdes do Lumiar. Estou plenamente convencido de que somos mais que capazes de acabar com esta onda de euforia da lagartagem e no próximo dia 26 (ainda falta tanto!) vamos certamente alcançar mais uma gloriosa vitória, rumo ao 33º campeonato nacional!

Gostaria de terminar a minha intervenção agradecendo o convite que me foi dirigido pelo Profeta da Luz e saudando todos os ilustres membros do blog. Estou convicto que este se tornará um espaço de uma salutar partilha de ideias e opiniões, democrático por natureza mas com um único e importantíssimo objectivo: defender acima de tudo, contra tudo e contra todos, os interesses do maior que Portugal e nossa grande paixão, o Glorioso Sport Lisboa e Benfica!
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