quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Djaló e Amorim

Um amigo benfiquista colocou-me a seguinte questão:

“Djalo?!? Novo Di Maria? O que acham desta contratação?!”,

ao que eu respondi:

“Novo Di María?! Impossível! O Di María quando chegou ao Benfica com 18 anos tinha mais qualidade só com o pé direito que o Djaló aos 25 (a fazer 26 daqui a 3 meses) com os dois pés. Acredito que o Jesus lhe transmita alguma qualidade táctica e cultura defensiva (tal como fez com Angelito), mas não me parece que um jogador que aos 25 anos recebe a bola com a canela se possa transformar num craque de nível mundial como o Di María, simplesmente o talento não está lá! No entanto, e para bem do nosso Benfica, espero estar redondamente enganado.”

Quanto ao Rúben Amorim, convém salientar dois pontos:

1) Em termos de qualidade do plantel, saímos a perder. Embora não pense que o Rúben devesse ser titular (Maxi e Witsel são mais competentes), acho-o um óptimo suplente, porque é um jogador inteligente, trabalhador, com competência e que faz várias posições no campo, dando mais soluções ao treinador a partir do banco. Acho a intransigência a pior qualidade de Jesus e este caso vem comprová-lo. Será que desrespeitar o treinador é mais grave que desrespeitar a instituição Benfica, como fez Enzo Pérez? Porque é que o argentino tem direito a ficar no plantel e o Rúben tem de ser despachado por ano e meio?! Deve ser porque temos muitas soluções para extremos e nenhum jogador no plantel com as características do Rúben... Bem sei que a época está a roçar a perfeição e prevejo que acabe em beleza, mas havia mesmo necessidade de tão desastrosas intervenções no mercado de Inverno? E já agora, onde está o lateral esquerdo? Embora ache que o Emerson chega para consumo interno, a perspectiva de irmos longe na Liga dos Campeões não justificava uma aposta num jogador de craveira para esta posição?

2) A partir do momento em que se toma a decisão de que Rúben Amorim deve sair e embora detestando o Sporting de Braga, compreendo o porquê desta opção, que na minha opinião tem duas vertentes: uma mais estrutural, de aproximação ao SCB e com intuito de voltar a ter algum poder no antigo bastião encarnado no norte de Portugal e outra mais conjuntural, relacionada com a hipótese de afastar Sporting (pré-eliminatória) e Porto (entrada directa) da Liga dos Campeões, fortalecendo o plantel do seu concorrente directo nesta disputa pelos lugares secundários da Liga, o Sporting de Braga. Hoje em dia, as receitas da Liga dos Campeões são fundamentais para os clubes portugueses e terão um peso enorme na constituição dos plantéis dos nossos adversários na próxima época. Enfraquecendo os nossos adversários em termos de receitas, estaremos já a preparar terreno para sermos o mais forte candidato ao título na próxima temporada.

Resumindo, é minha opinião que, embora ligeiramente, saímos a perder neste mercado de Inverno. Acho que a caminhada triunfal para o título de campeão nacional não sairá minimamente beliscada. No entanto, o sonho de regressar à glória europeia é agora um bocadinho mais pequeno.


Saudações benfiquistas

comments