quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

No dia em que o Rei faz anos

















Caríssima nação,

Hoje é dia de festa e como tal, é dia de publicação nos “11 Gloriosos”. Também as últimas opiniões anti me obrigam a vir abrir os olhos a algumas pessoas que parecem não querer ver aquilo que é evidente.

Há 70 anos nascia Eusébio da Silva Ferreira. Grande homem, grande jogador e, acima de tudo, grande benfiquista.

Mais de 800 golos (638 dos quais em 614 jogos pelo Benfica). A maior parte de nós não teve o privilégio de o ver jogar ao vivo, mas as memórias dos nossos pais, avós e todos os benfiquistas mais velhos, as fantásticas imagens das suas jogadas e os seus enormes feitos falam por si.

Afinal 11 campeonatos que conquistou de águia ao peito, 5 Taças de Portugal, a Taça dos Campeões Europeus (claro) só a nível colectivo. Ainda ganhou 2 Botas de Ouro e uma Bola de Ouro da France Football (na altura não havia o prémio da FIFA de melhor jogador do mundo…) e ainda 7 vezes melhor marcador do Campeonato de Portugal. Um craque, aliás, O Craque.




Aí está uma delas!

De referir, ainda que um pouco a contragosto uma vez que não foi de águia ao peito, que foi o melhor marcador do Campeonato do Mundo de Inglaterra em 1966 (e, juntamente com os outros “internacionais” do Benfica, carregou a equipa às costas e levou o Portugal à melhor performance em Campeonatos do Mundo) e venceu o North American Soccer League em 1976.

Antigamente, o romance preferido dos invejosos era o suposto desvio do Pantera do Sporting (do Lumiar) para o Benfica, como se o próprio tio do Eusébio e jogador do mesmo Sporting, Hilário, não o tivesse desde cedo aconselhado a ir para o Benfica. Como se não tivesse tudo tratado desde Lourenço Marques. E, sobretudo, como se o jogador não fosse um autêntico benfiquista de alma e coração que não queria outra coisa se não vestir o manto sagrado do maior.

Mas agora descobriram uma paródia nova. Dizem que o King é responsável por uma mentira desportiva, o que tem muita graça vendo de quem vêm essas acusações, mas já lá vamos…

Em primeiro lugar quero dizer que não admito lições de verdade desportiva de ninguém, muito menos de rancorosos anti-benfiquistas.

Mas por ser um tema que envolve uma das 10 figuras (senão a figura) do século XX português, por ser um dos melhores (senão o melhor) futebolista de todos os tempos, o melhor futebolista português de sempre e, principalmente, por ser uma figura de proa do nosso Sport Lisboa e Benfica, escrevo estas linhas e começo logo por sugerir às pessoas que acusam o Pantera Negra que vejam a entrevista na integra ou pelo menos o excerto completo em que o grande jogador refere o episódio.

Eu ontem vi o referido excerto e a única conclusão que tiro é que isto se trata da vontade de conflito típica dos invejosos do costume.

O Eusébio jogava no Beira-Mar depois de ter passado pelos Estados Unidos e antes de para lá voltar. Nesse ano de 1977, o Beira-Mar lutava para não descer de divisão (e lá conseguiu) o Eusébio, com 35 anos marcou 3 golos (lembrou que marcou mais de 800 na carreira). Como é fácil compreender, o jogo com o Benfica não fazia grande diferença ao Beira-Mar. Ao Benfica também não fez grande diferença, uma vez que conquistou esse 23º de 32 títulos com onze pontos (numa altura em que as vitórias valiam apenas 2 pontos) de vantagem sobre o segundo classificado, o Sporting (do Lumiar), com apenas 2 derrotas e 5 empates.




(É melhor colocar mais uma imagem sobre o King para nos lembrarmos do dia que celebramos)




Lindo!




Mas esta não é a parte importante, o que importa aqui salientar aqui é que o King se recusou jogar (e podia fazê-lo nos termos do contrato que o vinculava ao Beira-Mar) tendo informado o treinador que não ia jogar contra o Benfica. Face à insistência do seu treinador, Eusébio avisou que se jogasse limitava-se a passar a bola, não marcaria livres ou penalties (e, que se o obrigassem, ver-se-ia forçado a atirar para fora), tudo isto porque não conseguia prejudicar, de maneira nenhuma, o Benfica. Isto é, por um lado, uma demonstração enorme de amor a um clube e, por outro, uma honestidade e uma sinceridade ímpar. Sabendo que não é capaz de prejudicar o clube, recusa-se a jogar e, uma vez obrigado, informa a pessoa responsável que não vai criar lances de perigo. Essa sinceridade ainda o caracteriza e é precisamente com a mesma honestidade que agora contou a história.

Poder-se-á dizer que a sua postura não foi muito profissional, é certo, mas nunca desonesta. Mas mesmo em relação ao profissionalismo, o Beira-Mar sabia com o que contava quando contratou o Eusébio em final de carreira, sabia do amor ao Benfica e, se se tivesse esquecido, lá estava o homem integro, herói nacional e, sobretudo herói benfiquista, a lembrar que contra o Benfica, nem pensar.

Vejo à frente destes antis, os ligados ligados ao clube lá mais de cima (se bem que a fusão com os Sportings (qualquer dos três - Lumiar, Olhão e Braga - da Liga Zon Sagres) já me pareceu mais longe). A eles lhe digo que desonestos, meus caros, são os que combinam jogos, compram árbitros e são condenados por corrupção. O mais estranho é que passam impunes. Lembro que clubes como Boavista, FCPorto ou Leça foram condenado por corrupção. O FCPorto do “grande” José Mourinho foi condenado por corrupção em dois jogos (porque só conseguiram provar em dois jogos, mas as escutas que estão acessíveis a quem as quiser ouvir na internet provam que isto durou anos e anos) referentes à Superliga Galp Energia da época de 2003/2004 que acabaram por ganhar com 8 pontos de vantagem sobre o Benfica. Curiosamente, os 6 pontos só foram descontados três ou quatro anos depois, numa altura em que, efectivamente, já não faziam grande diferença, mas eu pergunto se teriam feito diferença no ano da prática dos factos ilícitos pelos quais foram condenados, pergunto se, sem a tranquilidade dos oito pontos, poderiam, por exemplo, não ter ganho a liga dos campeões.

E agora a parte mais importante da minha comunicação. Permitam-me o abuso de dirigir as seguintes palavras ao King:

“Parabéns Senhor Eusébio da Silva Ferreira.”

Penso que um dos melhores elogios que um grupo de jovens rapazes e raparigas lhe pode dar é que, apesar de nunca o termos visto jogar ao vivo, o Pantera Negra é o nosso herói, o grande jogador de todos os tempos e o segundo símbolo mais alto do nosso clube, apenas ultrapassado pelo Clube em si. Mas o aniversário do Clube é só a 28 de Fevereiro, por isso o dia hoje é do King, hoje ele é o maior.



“Força Eusébio, estaremos sempre contigo!”












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